As Últimas Ceias

Começo por renovar os meus votos pessoais aos Fozcoenses, de um ano de 2007 pleno de saúde, realizações e esperança.

Mas, sinceramente, não tenho muita esperança no desempenho do Executivo para este Novo Ano, especialmente se tivermos em conta as últimas performances do senhor da cadeira do poder.

Nos tradicionais Jantares de Natal, a performance do Sr. Edil foi de mal a pior. Primeiro foi o jantar do Clube de Caça e Pesca. Dizia o sábio Winston Churchil, que os maus oradores são aqueles que quando se levantam para falar, não sabem o que vão dizer, que enquanto estão de pé a falar, não sabem o que estão a dizer, e que, quando se sentam depois de falar, não sabem o que estiveram a dizer. Acrescentava ainda, que o pior de tudo, era não serem nem sábios nem sensatos o suficiente, para saberem o contexto em que devem falar sobre certas coisas. O Sr. Edil, no referido jantar, decidiu falar durante uns longos 40 minutos, acerca dos benefícios da governação Sócrates… Primeiro, não percebo onde ele vê os benefícios socratistas e, segundo, não percebo como é que ele não percebe que aquele não era nem o local nem o momento, para mandar aquela seca àquelas pessoas. O que vale, é que existem muitas pessoas inteligentes e corajosas na nossa terra, que numa revolta tipo Maria da Fonte, se levantaram e literalmente mandaram calar o orador. A confusão instalou-se, houve levantamento de rancho e ainda se gritou “às armas, às armas”. O que vale, é que, como já disse, ainda existem muitas pessoas inteligentes que, avisadamente, lembraram que a época de caça à rola ainda não estava aberta e, como tal, o Sr. Edil, conseguiu sair de lá são e salvo, sem levar uma chumbada a preceito. Alvejada ficou, mais uma vez, a sua credibilidade. Tenha cuidado Sr. Presidente, pois a caça à rola, reabre no próximo dia 15 de Agosto…

Depois deste desaire e, para evitar novos embaraços, decidiu inventar uma desculpa esfarrapada e pelos vistos falsa, para se furtar ao Jantar dos Bombeiros. Enviou o seu Porteiro a representá-lo, o que representa bem o respeito que tem pelos Soldados da Paz. Basicamente, mandou um INCEDIÁRIO para os bombeiros, o que deixou este últimos com muita vontade de utilizar os extintores na dita personagem, não descarregando nele o seu conteúdo, mas sim, atirando-lhe com os mesmos à cabeça. Apesar da época de caça aos patos bravos estar aberta, como Soldados da Paz que são, também o representante INCENDIÁRIO conseguiu sair de lá vivo, mas com a chama bem apagada...

No jantar dos sportinguistas, clubismos à parte, reaparece o Sr. Edil e volta à carga com o discurso sobre o Sócrates (enquanto não lhe partirem esta cassete, ninguém o calará…). Desta feita, como os lagartos estão habituados a ser prejudicados pelo sistema, ouviram e calaram, prometendo a si próprios, que nunca mais o convidariam para coisa nenhuma….A verdadeira chicotada psicológica, pelos vistos, ainda está para vir!!! Não basta já o que os sportinguistas sofrem em campo, como ainda têm que sofrer no seu próprio Jantar de Natal!!!

A Assembleia Municipal lá decorreu conforme o esperado. Os Kilombolas reafirmaram a sua escravidão política e lá se aprovou o orçamento de 2007. Agora é oficial, a Câmara já não é mais um órgão de poder local, passando definitivamente a ser um Centro de Emprego, pois só houve preocupação em aumentar as dotações para as despesas com o pessoal paraquedista. Os que lá trabalham há anos e anos, vêm a incompetência de outros ser mais valorizada que a sua competência e dedicação!!!!

Mas houve uma pequena estória que me desagradou ainda mais. Não pela importância da estória em si, ou pelos personagens envolvidos mas, principalmente, pelo seu significado. Se há coisa que orgulha a nossa gente, é o facto de ao longo dos tempos ter sido sempre considerada como gente hospitaleira e sempre reconhecida como tal. Receber bem, agradar a quem nos visita, é um apanágio de sempre, bem evidenciado nos nossos cantares populares, cantares estes, onde o povo, por definição, exprime de forma genuína, a sua maneira de ser… Aconselho ao Sr. Presidente a aprender algumas destas músicas, principalmente aquela em que o povo canta “ Viva a nossa Vila / Terra abençoada / Gente hospitaleira / entre todas invejada”. Quem conhece o que o povo canta, conhece melhor o povo que canta e Vexa Excelência e a sua entourage, tão preocupados que andam com a Arte Contemporânea, esquecem-se com frequência da alma foscoense e por isso tantas vezes a maltratam. Esteve na nossa terra o actor, produtor e jurista Tozé Martinho, figura de referência e de destaque no teatro, novelas e produção televisiva e cinematográfica. Em má hora ele veio, pois a seguir ao espectáculo, nem a ele nem à sua equipa, lhes foi proporcionado um repasto mais do que merecido. Foram vetados ao abandono pelos responsáveis e só foram acompanhados, de forma voluntarista, por um funcionário municipal, na demanda de alguma comida. Ninguém lhe pede que lhes pagassem a refeição, pois não vieram cá de borla e devem ter ganho que bastasse, mas ao menos deviam ter previamente assegurado um sítio para eles comerem, seja a que hora fosse. Isto é o mínimo exigível pelo nosso dom da hospitalidade. O pior, é que não é a primeira vez que isto acontece. Esperemos que seja a última!!!

Se Vexa não sabe ser hospitaleiro, peça ajuda aos foscoenses genuínos, que eles ensinam-o!!!


Definitivamente, o Sr. Presidente tem-se dado mal com as últimas refeições, logo ele que gosta tanto de uns bons e faustosos repastos.

Se fosse a si, Sr. Presidente, tinha mais precaução com os jantares e com as ceias, senão qualquer dia terá, juntamente com os seus apóstolos, uma Última Ceia, seguida de daquilo que todos nós sabemos… E olhe que aquilo de ressuscitar depois, não é para qualquer um!!!


Re(ceando) aquilo que para aí vem…

A Vossa Amiga

Dona Vassoura