19 de setembro de 2006

O Triunfo dos Porcos, ou não…

Em 1945, George Orwell publica um romance alegórico intitulado “ O Triunfo dos Porcos “, que criticava ferozmente, entre outras coisas, o autoritarismo, sendo também uma alegoria sobre todas as revoluções!!!
Poder-se-ia falar muito sobre este romance mas, não creio que seja adequado fazê-lo neste blogue. No entanto, destaco o pensamento primário do Chefe dos Porcos que dizia que o homem é a única criatura que consome sem produzir. Dizia ainda que os animais deviam iniciar uma revolução contra o homem e que esta deveria ser liderada pelos porcos. Redigiu também uns mandamentos pelos quais os animais se deviam reger, dos quais destaco:
- Tudo o que tem duas pernas é inimigo;
- Nenhum animal beberá álcool;
- Nenhum animal matará outro animal;
- Todos os animais são iguais.

Eles começam a dar forma ao Animalismo e quando, alguns meses depois, o Sr. Jones, o dono da quinta, que em tempos pareceu bom agricultor e tratava bem os seus animais mas, começou a beber e a maltratá-los, regressando a casa embriagado todos os dias e esquecendo-se de alimentar os animais, a rebelião estala. O Sr. Jones ainda tenta reagir, mas é expulso pelos animais, que destroem os chicotes e outros símbolos da sua servidão e festejam a sua vitória comendo uma ração extra.

Algum tempo depois, o Sr. Jones tenta recuperar a quinta mas é vencido.

Tudo isto acontece porque alguém se embebedava todos os dias e porque a servidão e os maus-tratos na quinta eram uma constante, logo os mandamentos tentavam corrigir esses comportamentos execráveis.

Não sei se alguém do executivo leu este livro, mas se não leu parece… Deve ter sido por receio de uma revolução parecida, que se deu início desde Outubro a um verdadeiro genocídio de porcos em Foz Côa, não havendo festa da espécie humana socialista na nossa terra, que não tenha como prato principal o PORCO NO ESPETO. Com a visita do candidato derrotado Mário Soares, toca a matar uns porcos. Inaugura-se um monumento, corre-se uma Meia-Maratona ou celebra-se o 25 de Abril e matam-se mais uns porcos. O povo pensa que isto é para alimentar as suas barrigas mas não, é apenas para acabar com os animais, tudo com o medo que os mesmos se revoltem contra o agricultor bêbado. Além destas execuções públicas, sempre encomendadas pelo Porteiro, noites sem conta são utilizadas para execuções mais íntimas e privadas, nas aldeias, vilas e na cidade, sendo muitas vezes esses repastos utilizados para chacinar outros animais como vitelos, cabritos e afins. Só não chacinam alguns burros e isso é que o povo de Foz Côa agradeceria.

Depois, bebe-se até de madrugada, como que para expiar os pecados….

Mata o porco e vê o teu corpo, diziam os antigos, que assim iam aprendendo algo sobre a anatomia humana. Não pensa a Dona Vassoura que o façam por curiosidade anatómica mas sim, porque assim sendo, matam dois coelhos (outra matança…) com uma cajadada só: dão festa ao povo e aniquilam possíveis revoluções. Só é pena que sejam estas chacinas pagas sempre à mesma empresa e sempre com o dinheiro dos mesmos: dos fozcoenses.

De uma coisa tenho a certeza: quando os nossos antepassados fizeram as gravuras rupestres, não era o PS que estava na câmara, senão, em vez de cavalos, veados, cabras e arouques, tínhamos somente para apresentar ao mundo, gravuras de porcos com um pau espetado da boca ao ….

De espeto sempre bem afiado,

A vossa amiga,

Dona Vassoura


P.S.- Mais um mês mais uma nomeação. Acabo de saber que nomearam um Professor da Escola Secundária para o Gabinete de Protecção de Menores. ACHO MUITO BEM e estou feliz com a escolha. Porquê? Porque, pelos vistos, esse mesmo professor passará a estar somente a 50 % na escola, o que sem dúvida é uma bênção para os alunos e assim estes menores estarão mais protegidos do professor. Boa escolha, Sr. Presidente!!!