23 de dezembro de 2006

AS BOAS FESTAS!!!

As Boas Festas
Vos venho dar,
Com alegria
Ao vossos lares!!!

A Dona Vassoura deseja a todos os Fozcoenses umas Santas Festas e um Bom Ano de 2007.

Que tudo na nossa Terra possa melhorar em 2007 pois piorar parece difícil, de tão mau que já está.

Regressarei nos primeiros dia do novo ano, cheio de novas e muitas estórias para contar...

Dona Vassoura

15 de dezembro de 2006

Os Kilombolas

Num dos meus frequentes passeios pedestres, fui parar lá para os lados do Salgueiro. Nesse deambular terapêutico, tropecei então numa pequena Quinta onde, para além de ter ouvido um relinchar de cavalos, também reparei na Toponímia da mesma: Kilombo da Lameira. Concordei logo que era um nome original e até engraçado, para uma propriedade. E mais: achei que era bastante apropriado e adequado ao dono da mesma Quinta e à situação recente a que o mesmo se fez sujeitar….

Kilombo é um termo de origem angolana e que mais tarde foi bastante utilizado no Brasil, significando, entre outras coisas, refúgio de escravos, que assim pretendiam ter um espaço de protecção e refúgio, dos senhores que os escravizavam.

Aos habitantes dos Kilombos, chamavam-se então, os Kilombolas!!!

E porque acho apropriado o nome dessa Quintinha?
Haverá outros Kilombolas na nossa terra?
Vou então explicar…

Aquando da votação, na Assembleia Municipal, dos salários dos famigerados Administradores das Empresas Municipais, houveram 3 deputados do PS que se opuseram aos intentos do Executivo. Não tardou a haver um pequeno terramoto no PS local, tal como não tardaram as reacções (leia-se retaliações) sobre esses mesmos deputados.

Parece que, a dois deles, compraram de imediato o seu voto, logo a sua consciência. Parece que, tal forma de actuação tem-se estendido a outras pessoas e que, pelos vistos, pretendem utilizá-la mais vezes com outros autarcas, quer do PS quer do PSD!!!

Relembro que esta actuação é feita por um partido que tem a maioria absoluta, quer na Câmara, quer na Assembleia Municipal!!!

Se algo está fora de controlo, compram, como já disse, o seu voto, logo a sua consciência e por consequência a sua alma.

Se alguém compra, é porque alguém vende…

E o que levará tais seres humanos a vender a sua alma política??? Não sei, nem quero saber. Só me interessa é que o fazem e, desconfio que não o farão de ânimo leve…

Levam-me tais factos a concluir que estamos, em pleno séc. XXI, a assistir a uma tipificação de um verdadeira ESCRAVIDÃO POLÍTICA, em que um ser humano passa a ter direitos de propriedade política sobre outros, designados por escravos, aos quais é imposta tal condição por meio da força. Força física não será de certeza mas, como sabem, existem muitos outros tipos de “forças”.

A estes escravos políticos do PS, decidi chamar-lhes os Kilombolas, em homenagem ao Conde da Lameira, pois também este se deixou escravizar…

Relembro que esta actuação é feita por um partido que tem a maioria absoluta, quer na Câmara, quer na Assembleia Municipal!!! Que fariam se a não tivessem??? Ou o que farão se a vierem a perder???

Se o Zeca Afonso cantava “em cada esquina, um amigo”, doravante poderemos encontrar e cantar “em cada esquina, um escravo” destes senhores medievais e que não tardará a sermos reconhecidos como a Capital da Escravatura (política, entenda-se). Não tardará também, a aparecer no relatório anual da Amnistia Internacional, uma referência a Foz Côa, como um dos focos de escravatura no País.

Este tráfico de votos, consciências e de almas, envergonha-nos a todos e retira a dignidade a quem se deixa escravizar, atirando-os para uma posição infra-humana.

Estes Kilombolas dos novos tempos, anseiam de certeza, libertarem-se do jugo destes pseudo-senhores feudais e provavelmente necessitarão da ajuda de todas as mulheres e os homens da nossa terra para o fazer.

Lancemos pois uma campanha pela abolição da escravatura politica na nossa terra!!!

Salvemos os Kilombolas!!!

Já que, pelos vistos, eles não conseguirão tão cedo, restaurar a sua dignidade.

Por outro lado, segundo consta, houve um deputado que não se deixou escravizar… A ele, o PS condenou-o ao ostracismo, prática da Antiga Grécia que consistia na retirada da confiança política e expulsão das hostes atenienses pelo menos durante dez anos. Caso não saibam, é esta a origem do verbo “ostracizar”, pois tal significava fechar dentro de uma concha (Ostra) até o indulgente perceber o mal que tinha feito. Caso não saibam, foi isto que fizeram ao tal deputado.

E entre Kilombolas e Ostracizados, se vai fazendo a política do PS......

A escrava da crítica

Dona Vassoura

6 de dezembro de 2006

A anedota…

As anedotas são das formas mais genuínas e populares de praticar o humor. Se o humor é essencial ao espírito humano, então as anedotas são uma das melhores formas de se caricaturar certas realidades. Não se pretende pois, no texto que se segue, ferir nenhuma susceptibilidade mas sim, brincar com a realidade. Em especial no que toca à vida do Sr. Presidente, desejo em verdade que o mesmo viva por muitos e bons anos e que eu também dure o mesmo, para que possa escrever estes blogues…

Mas o que é certo, é que um certo dia o Sr. Presidente foi “ter” com o São Pedro. Chegado pois às Portas do Céu, o Primeiro Bispo perguntou-lhe:

- Quem és tu?

- Sou o antigo Presidente da Câmara de Foz Côa!!! (disse orgulhoso)

- Ai sim? Acho que já ouvi falar de ti. Foste tu que fizeste aquele Parque fabuloso, o Hospital, o Lar, o Parque da Camionagem, etc., ao pé da capela do meu compadre Santo António?

- Não, isso foi obra dos meus antecessores…(disse envergonhado)

- Então foste tu que fizeste as Piscinas e o Pavilhão Desportivo que se vê da minha capela lá em Foz Côa?

- Não, isso foi obra dos meus antecessores…(disse envergonhado)

- Então foste tu que fizeste aquelas obras na Praça ao redor da capela da minha comadre Santa Quitéria?

- Não, isso foi obra dos meus antecessores…(disse envergonhado)

- Não me digas que foste tu aquele Presidente que não acabou as obras do Parque de Exposições que quase se vê da capela da Nossa Senhora do Amparo???

- É verdade São Pedro, como gastei o dinheiro nas festas e nos salários dos tachistas, não sobrou para essas obras…(confessou atrapalhado)

- Não me digas que foste tu aquele Presidente que não acabou as obras da Lameira que tão bem ficariam à volta da capela da minha comadre Santa Bárbara???

- É verdade São Pedro, como gastei o dinheiro nas festas e nos salários dos tachistas, não sobrou para essas obras…(confessou atrapalhado)

- Então o que estás aqui a fazer? Além do mais, pelo que vejo aqui na tua ficha, afloraste e de que maneira, quatro dos sete pecados, a saber: Arrogância, porque te julgavas superior àqueles que te elegeram; Ira, pois poucas vezes controlavas a tua raiva perante o povo; a Preguiça, pois não fizeste aquilo de que te incumbiram; e a Gula, bem, quanto a este, tu sabes bem ao que me refiro… No entanto, e segundo Ordens Superiores, como estamos na época de Natal, dou-te a hipótese de passares um dia no Inferno, depois outro no Céu e, posteriormente, escolheres onde queres ficar para a eternidade.

- Muito obrigado pela oportunidade. Começo por onde? (disse esperançado e aliviado)

- Vais passar um dia ao Inferno e depois voltas cá…

E assim foi. Bateu à porta do Inferno e apareceu o Diabo em pessoa, que lhe deu as boas-vindas e o encaminhou para o Quinto dos Infernos. Chegado lá, ficou espantado com o que viu. Tinha à sua frente as Frieiras, tal como um dia as tinha imaginado, com um belo e branco areal, choupos frondosos que eram generosos na sombra e barcos com pinta de iates. Tal como imaginado na Terra, também lá estava um restaurante com porco no espeto como prato principal. Mas o seu maior espanto, foi quando viu que também lá estavam todos os seus comparsas do executivo, tendo-se logo iniciado uma daquelas festanças que tantas vezes tinham feito aquando do seu mandato. Aquilo é que foi uma dia… Gozaram à farta, comeram e beberam melhor do que nunca e foi tão bom, que o dia de experiência concedido pelo São Pedro, pareceu acabar num instante, tal como todos os bons momentos de prazer.

Regressado às Portas do Céu, foi então para o Paraíso a fim de experimentar o tal dia paradisíaco.

Aquilo era do melhor, com música celestial a ecoar por todos os lados e um ambiente calmo e sereno. Apesar de ter pouca gente e de durante todo o dia não ter visto ninguém conhecido, gostou da experiência, não obstante a alimentação ser bastante frugal e saudável. Foi um longo dia, devido à acalmia que reinava no ar e, como tal, pareceu-lhe que esse mesmo dia tinha durado uma eternidade…

Passados esses dois dias de experiência entre o Inferno e o Céu, chegou então à fala com o São Pedro, que logo o inquiriu se já tinha tomado a decisão.

- Sabes São Pedro, por estranho que pareça e depois de muito ter pensado, acho que não me dou com o marasmo do Céu e prefiro de longe a agitação do Inferno (disse, certo da sua decisão, como sempre que tomou decisões no seu mandato…)

- Tens a certeza da tua escolha? Olha que é uma decisão para a eternidade!!!

- Nunca estive tão certo!!! (disse, certo da sua decisão, como sempre que tomou decisões no seu mandato…)

E assim se encaminhou para o Inferno e para a eternidade…

Chegado ao Inferno, ficou muito espantado com o que viu: as Frieiras semi-inundadas, calhaus enormes em vez das finas areias, uma estrada intransitável, barcos encalhados, arrais destroçados e todos os seus frequentadores com as vestes rotas, procurando entre os destroços algo para comer. Era isto que o esperava para a eternidade???? Furioso, mandou chamar o Diabo para lhe perguntar o que se passava ali. Não era aquilo que ele tinha visto dois dias antes!!!

- Ouve lá, ó Diabo, então o que é que se passa aqui? (perguntou, já com a sua ira característica a vir ao de cima)

- Pelos vistos já te arrependeste da tua decisão…

- Claro que sim!!! Pensei que isto era como no outro dia…Onde está a areia, os barcos, o restaurante, enfim, tudo de porreiro que vi no outro dia??? (perguntou, com um ar de desespero total)

- É assim: anteontem era CAMPANHA, ontem foram as ELEIÇÕES e hoje é a REALIDADE!!!




Eternamente vossa

Dona Vassoura