30 de novembro de 2007

A Verdade na Primeira Pessoa!!!



Foi recebido pela Dona Vassoura, como comentário ao seu último texto, um contributo de um comentador anónimo que acho de tanta importância para apuramento do “modus operandi” do Sr. Presidente e sua comandita, que considero que deve ser publicado na página principal.

Trata-se da intervenção do Dr. Sotero na última Assembleia Municipal, que meios por meios que desconheço, chegou às mãos do autor do referido comentário. Como qualquer intervenção na Assembleia é pública, não tenho pejo nenhum em divulgá-la aqui., quando ainda por cima, é possuidora de um relevante interesse público.

Fica assim exposta a verdade, na primeira pessoa, de um dos acontecimentos mais vergonhosos da democracia no nosso concelho, que demonstra de forma bem explicita o comportamento destes senhores e em especial do Sr. Presidente. É também notório nesta intervenção, que os verdadeiros socialistas da nossa terra, já não acreditam nem apoiam o actual executivo, sobretudo aqueles que pelo seu estatuto profissional e social, nada devem e nada temem!!!


«Início de Citação»

Exmo. Srs

Os acontecimentos mais recentes relacionados com a suspensão e renúncia da Vereadora do Partido Socialista, Dra. Helena Ferreira, chegaram ao conhecimento público através do Boletim Municipal de forma errada e ultrajante para a honra e consideração pessoal da pessoa visada.Os textos exarados pelo Sr. Presidente da Câmara em resposta à declaração de renúncia, além de falsos e tendenciosos, são atentórios da dignidade pessoal e só demonstram a mesquinhez que caracteriza a gestão da autarquia. A Dra. Helena Ferreira já não faz parte de qualquer órgão autárquico e por essa razão não tem possibilidade de, pessoalmente, defender a honra perante esta assembleia! Mas é indispensável repor a veracidade dos factos, uma vez que não está apenas em causa a sua dignidade pessoal, mas também o sucesso do programa eleitoral do Partido Socialista e o bem-estar da população fozcoense. Todos sabem que a inclusão da Dra. Helena Ferreira nas listas do PS contribuiu de forma decisiva para a vitória do Partido Socialista. Este facto foi notoriamente percebido pelo Senhor Presidente da Câmara que, enquanto candidato, chorou lágrimas de crocodilo para convencer a Dra. Helena a aceitar o segundo lugar na lista. Mas o Sr. Presidente também sabe perfeitamente que a Dra. Helena Ferreira lhe propôs o desenvolvimento de um projecto que passava pela constituição de um pequeno gabinete de apoio social a doentes, idosos e população mais desfavorecida, sem a ocupação de qualquer tempo na câmara municipal, uma vez que nunca abandonaria a sua actividade profissional. Essa estratégia foi acordada e aceite pelo então candidato e pelo seu grupo de apoio, como aliás o demonstra claramente, a carta que a Dra. Helena enviou à população e que, inclusivamente foi redigida pelo Sr. Presidente da Câmara. Por muito estranho que pareça (ou talvez não) apenas oito dias após a tomada de posse do novo executivo, já o Sr. presidente negociava com o Sr. Sérgio Paredes, comprometendo-se a criar condições de expulsão da doutora Helena e a entregar-lhe o lugar; deste facto insólito é prova a conversa telefónica que nessa altura teve com um responsável local do PS que aqui escuso nomear. A perseguição à Dra. Helena Ferreira passou então a sistemática: em vez de cumprir o que fora acordado e publicitado na carta, o senhor presidente pressionou-a constante e continuadamente a aceitar o cargo de vereadora a meio ou a tempo inteiro, ameaçando-a inclusivamente de que o ofereceria ao vereador do PSD, engenheiro Lemos Pinto! Contudo, o que se passava nos bastidores era ainda mais macabro, uma vez que todos sabemos que as conversas com o engenheiro Lemos Pinto já vinham de longe e que se concretizariam pouco depois no cargo de presidente da Fozcoainvest, numa atitude inqualificável de gestão politico-partidária e da qual, insanamente, quis atribuir culpas à Dra. Helena Ferreira. Sem ambiente e sem condições, ninguém consegue trabalhar! O Senhor Presidente da Câmara facilmente conseguia os seus objectivos pessoais: aproveitar-se do prestígio da Dra. Helena e da sua influência para a vitória eleitoral, descredibilizá-la pessoal e politicamente e conseguir afastá-la, entregando os cargos a quem secretamente os tinha prometido! É por isso que hoje, como membro desta assembleia, como socialista e marido, me acho no dever de defender a honra da Dra. Helena, contra as acusações infundadas que lhe são feitas pelo presidente da câmara municipal e seus colaboradores, vereadores do PS, bem como pelo vereador do PSD, Engenheiro Lemos Pinto. Contrariamente ao que é referido no Boletim Municipal, nada foi colocado à disposição da Dra. Helena para que esta levasse a cabo a sua tarefa politica e social, antes pelo contrário, foi-lhe sonegado qualquer apoio humano ou material, num ambiente de adversidade que a levasse ao abandono, como de facto veio a suceder. Os negócios sujos com o Sr. Sérgio Paredes e o Sr. Eng. Lemos Pinto valeram mais do que a honorabilidade, o interesse colectivo e a seriedade política.

Afinal a sua ameaça, ao afirmar que “quem mas faz, paga-mas!” está a ser bem cumprida!
O que move o Sr. Presidente da câmara a afastar todos os socialistas que se atrevam a sugerir outras alternativas?
Porque se afastou o senhor presidente da Comissão política?
Porque se demitiu o Vice-Presidente da Assembleia Municipal?
Porque abandonaram os seus cargos outros camaradas socialistas quer da comissão política quer das empresas municipais?

Estou nesta assembleia única e simplesmente para defender os meus ideais e o bom-nome de todos os socialistas nos quais incluo a minha esposa que agora foi tão cobardemente injuriada e ofendida. E quero acrescentar que não me move qualquer adversidade para com os restantes socialistas e membros desta assembleia, por quem continuo a nutrir a maior amizade e respeito, designadamente pelo Senhor Presidente desta Assembleia Municipal, Dr. Rui Vieira, cujas qualidades pessoais e políticas dão garantia de democraticidade e de bom senso.
Sr. Presidente da Câmara! A sua gestão tem sido ruinosa para todo o concelho.
O senhor tem sido apenas presidente de alguns socialistas e não de todos e, muito menos, tem sido presidente de todos os Fozcoenses.
A sua política tem-se resumido a jogadas de poder pessoal com o grupo de colaboradores mais próximos que nunca representou verdadeiramente os eleitores que lhe deram a vitória nas urnas. E é preciso que todos saibam que os factos que levaram à renúncia da Dra. Helena Ferreira nada têm a ver com o vosso “protesto veemente” votado na reunião de câmara e publicado no Boletim Municipal.
Os senhores basearam-se em falsidades e indignidades que raiam o insulto ao bom-nome da renunciante. O Senhor Presidente e seus colaboradores próximos servem-se e depois deitam fora as pessoas como de coisas de tratassem.
Está recordado da compra que fez ao PSD para poder manter o seu carácter de ditadura e prepotência?
Está recordado da saída do Presidente da Comissão Política do PS depois da única vitória na câmara desde o 25 de Abril?
Já não se lembra da renúncia a que foi também obrigado o Vice-Presidente da Assembleia Municipal?
Já pensou nas razões que o levaram a perguntar porque não tem gente que o apoie e o ajude?
Já pensou porque razão tinha uma excelente equipa, da qual só lhe resta um elemento?
Tem consciência de que a Dra. Helena sempre foi prestigiada em todo o concelho e que o senhor agora a insulta apenas para servir os seus interesses e a sua verdade?
Já notou que o senhor responde sempre com agressividade e egocentrismo a todos quantos o contrariam, quer sejam socialistas ou não?
Está recordado que foi apresentado ao povo como um homem honesto, sensato, dialogante e que agora é exactamente o oposto?
Onde pára a unidade e a honestidade política prometida ao povo do concelho?Tem consciência dos traumas e da revolta que está a provocar entre os socialistas e o povo em geral?Já se esqueceu de que afirmou que “a verdadeira nata de Fozcoenses estava no PSD”, ofendendo assim todos os socialistas?
Afinal, o senhor era uma mentira antes ou depois das eleições? Ou foi-o sempre?
Já se esqueceu de que foi o senhor que culpou a Dra. Helena Ferreira por ter que entregar o cargo ao engenheiro Lemos Pinto, procurando assim desculpas esfarrapadas para a sua prepotência?Esqueceu-se assim tão rapidamente do contrato que fez com a Dra. Helena sobre o seu projecto e as condições da sua execução, à frente de tantos socialistas que o apoiavam?
Porque será que o PS local, com a sua liderança anda pelas ruas da amargura?E já agora, porque será que a carta enviada pelo então presidente da Comissão Política do PS e dirigida a todos os membros desta Assembleia foi atirada para o lixo?
Esqueceu-se ou finge esquecer-se de que a sua vitória política se deve sobretudo à pessoa que o senhor agora ofende?Sr. Presidente da AM, meus senhores,O progresso e o desenvolvimento económico, social e cultural não se constroem com mentiras, actos ditatoriais ou perseguições e, muito menos, com ataques e injúrias àqueles que mais contribuíam para a vitória eleitoral! O Partido Socialista local está a pagar um preço muito elevado pelos constantes erros da governação deste presidente!
O Senhor Presidente da Câmara falhou redondamente onde não podia falhar! E como já se esqueceu, relembro-lhe aqui algumas das bases programáticas do Partido Socialista para o concelho de Foz -Côa:
- Lutar pela UNIDADE dos Fozcoenses, condição essencial de todo o desenvolvimento.
- Envolver os Fozcoenses MAIS CAPAZES, sem obstáculos e sem JOGOS.
- Valorizar as nossas gentes, proporcionando-lhes melhor bem-estar.
Em tudo o senhor FALHOU!
Recordo-lhe aqui uma expressão de um simples cidadão deste concelho, que ao referir-se à doutora Helena Ferreira, dizia: “Quem fizer mal a esta senhora, merece a forca!”Senhor Presidente da Câmara, eu não lhe desejo tal sorte! Mas todos sabemos que a única estratégia para sairmos deste lamaçal em que o senhor transformou este concelho, é PEDIR urgentemente A SUA DEMISSÃO!!!

«Fim de Citação»


Fozcoenses, leiam e retirem as vossas conclusões…

A vossa amiga

Dona Vassoura

P.S.- Obviamente, não posso deixar de agradecer ao comentador que me proporcionou este texto, mostrando assim elevado sentido cívico e de oportunidade. Os mesmos elogios envio também ao Dr. Sotero, pela dignidade que demonstrou com a sua intervenção. É com cidadãos deste calibre e com actos destes, que um dia destes o nosso concelho retomará o rumo que merece!!!

14 de novembro de 2007

A Minha Resposta (Última Parte)

Começo por enviar os mais cordiais cumprimentos a todas e a todos os Fozcoenses.

A minha demora a escrever a segunda parte sobre os comunicados do PS, deveu-se em parte, à enorme quantidade de comentários que todos os dias chegavam à caixa do correio da Dona Vassoura para publicação. Confesso que muitas vezes hesitei em publicá-los ou não. Não porque quisesse atentar à liberdade de expressão, mas porque muitas vezes notava que se desviavam do objectivo deste blogue (crítica sobre a política local, pura e simplesmente) e derivavam para ataques pessoais e não políticos aos governantes e outros Fozcoenses. Quem quiser enveredar por esse caminho, que crie um blogue e faça-o à vontade, mas no Vassouradas não. Tive inclusive que recusar publicar comentários que falavam sobre a vida amorosa de certas pessoas. Aqui, no Vassouradas, esses comentários não serão publicados, disso podem ter a certeza. Aqui respeitam-se as pessoas enquanto pessoas e assim sempre será!!!

No entanto, aquilo que mais me entristeceu em certos comentários, foi o facto de os mesmos correrem o risco de contribuírem para a desunião dos Fozcoenses, com conversas que pouco têm a ver com o conteúdo deste blogue. Tenho a certeza que a desunião só nos enfraquece e que, estando a nossa terra a ser desviada por tão maus caminhos, hoje, e mais do que nunca, precisamos de estar unidos na luta pelo melhor para a nossa Vila Nova. Aqui podem e devem-se discutir políticas e actos políticos mas o falatório sobre vidas privadas, e ainda por cima de Fozcoenses que nem sequer têm o estatuto de eleitos, não me parece ser um bom contributo para o futuro da nossa terra.

Apelo pois para a continuação dos vossos comentários apelando no entanto, para o bom senso na escrita dos mesmos!!!

Adiante…

Continuo então a análise aos comunicados e aos actos com que o PS e o Executivo tentam enganar a nossa gente, manipulando uns factos, omitindo outros e faltando à verdade em muitos.


A parte final do comunicado do PS do pretérito dia 16 de Outubro, remete para uma moção de censura ao comportamento dito indigno do Vereador Eng. Gustavo Duarte. No mesmo dia, o PS torna pública a dita moção de censura. Na moção, autêntica pérola jurídica e política, à qual o vereador em causa já respondeu, o actual executivo mais uma vez presta um mau serviço aos Fozcoenses, ao Concelho e à Democracia.

Não obstante a resposta já dada pelo referido vereador, aqui ficam as notas da Dona Vassoura:

- Não está escrito em lei nenhuma do Estado Português, que uma Câmara Municipal possa apresentar moções de censura, muito menos a um vereador que, obviamente, pertence à mesma. Que se saiba, a Moção de Censura é um exclusivo de parlamentos (Assembleia da República, Assembleias Municipais e Assembleias de Freguesia). Esta “inovação”, das duas uma, ou vem de mentes idiotas (criativas, por assim dizer) ou de mentes que desconhecem de todo a arquitectura jurídica do Poder Local. Os Fozcoenses que escolham a resposta… Mesmo que venham de mentes idiotas (criativas, por assim dizer), saibam os criativos que, não estando acima da Lei como pensam estar, essa proposta além de uma idiotice, é uma nulidade em termos jurídicos. Já agora, percebam também, que estando nós num Estado de Direito, tudo o que é nulo juridicamente, necessariamente também o é politicamente;

- Aprendam também os Senhores Criativos (idiotas, por assim dizer), que as moções de censura só podem ser apresentadas para censurar indivíduos com cargos políticos. Aprendam pois, que um vereador que não esteja a tempo inteiro, não é detentor de um cargo político mas sim de um mandato político e, como tal, nem a Assembleia Municipal pode votar uma moção de censura ao mesmo, quanto mais a Câmara Municipal. Como o vereador em causa não tem funções executivas, ninguém o pode censurar (através de uma Moção de Censura, entenda-se), a não ser o povo, quando e se o mesmo, for novamente a votos.

- Posto isto, uma Moção de Censura de uma Câmara Municipal a um Vereador que não tem funções executivas, é do mais ridículo que se possa imaginar. Por isso, mais ridículo é, quando, depois de imaginada, alguém tem a coragem de a propor, como foi o caso dos Srs. Emílio Mesquita, Vítor Sobral, Sérgio Paredes e José Lemos Pinto. A coisa nula, ridícula, nunca vista, prepotente e ignóbil, tem assinaturas e agora todos sabemos quem a assinou. Não tardará muito que seja esta Moção apresentada como um exemplo a não seguir, numa qualquer Faculdade de Direito deste País, envergonhado não só os seus autores, como todo o nosso Concelho. Que os autores estejam habituados a isso, ainda vá que não vá (veja-se as inovações na interpretação da Lei nas Ajudas de Custo e nos Salários dos Administradores), mas o nosso Concelho não merece que assim seja, nem a isto está habituado;

- Além de suis generis, a “Moção” (doravante entre aspas, pois tal figura não existe neste caso), acusa o Vereador de abusar da liberdade concedida pelo Sr. Presidente. Mas quem é o Sr. Presidente para delimitar a liberdade de um Vereador da oposição? Principalmente a “liberdade de acesso às instalações dos serviços e de consulta de processos e documentos camarários”? Já chegámos à Madeira ou quê?

- Depois, a referida “Moção”, diz a páginas tantas, que o Vereador apresentou elementos falsos. Aqui, o Executivo fala a verdade… Tendo o Vereador apresentado apenas cópias de documentos fornecidos pelos serviços da Câmara, e estando neles lançados duas vezes os mesmos documentos, depreende-se que um deles seja falso. Concordo por isso que tenha apresentado documentos falsos, mas quem os tornou falsos, sabem bem os Fozcoenses quem foi…

- Em linha gerais, diz também a “Moção”, que no mau uso da liberdade, o Sr. Vereador Gustavo descobriu “algumas incorrecções e despesas que se pensavam legais”. Confirmado pelo Executivo com o IGAT, que essas despesas deveriam ser “corrigidas por serem indevidas”, vejam lá que dizem na dita “Moção”, que o Sr. Vereador Gustavo teve uma “conduta indigna das funções que exerce”? Agora sim. Agora começamos todos a perceber: quem descobrir ilegalidades e as denunciar, é indigno das funções que exerce. É isto mesmo que os Senhores do Executivo pensam??? É com este conceito que têm agido no vosso quotidiano político, nomeadamente com funcionários camarários??? É que se não é, pelo menos parece…

Fico-me por aqui, para poupar os Fozcoenses a mais tristezas e vergonhas. Porém, fica a certeza que a idiotice (criatividade, por assim dizer), veio para ficar e que mais pérolas destas surgirão, no calvário de dois anos que ainda nos falta percorrer.

Cá estarei para as denunciar. Sem medos, sem receios e sem censuras…


Até breve,

Dona Vassoura